quarta-feira, 12 de março de 2014

No último suspiro

Nesta mini-deslocação de 4 dias ao Rogil (Aljezur), as pescarias estiveram longe, muito longe, de correr bem. Mas a pesca tem o dom de poder alterar tudo no último momento. Aqui fica um resumo do que se passou.

Segunda, dia 10 de Março

 

Se no Domingo estava um super-levante que não deixava pescar, na Segunda lá fui eu iniciar estas jornadas. As previsões indicavam uma subida da ondulação e tal se verificou, pelo que escolhi uma praia que aguentasse um pouco a ondulação e desse ao menos para fazer uns lançamentos ao fundo.


Tudo começou muito mal, com o passador da ponteira da cana a partir logo na montagem. Uns bons minutos estive eu a tentar arranjar um mecanismo que ao menos permitisse pescar. Depois de mais de 2 meses sem pesca não queria voltar logo para casa. Com limitações no lançamento longo, a actividade era muito pouca, só intercalada com um sargote que nem sem defeso teria lugar na minha rede... 

Com a maré a vazar, subi até uma pedra que permitia lançar um pouco mais longe na baía. Apanhei logo uma tainha jeitosa. Hum, às vezes os robalos andam no meio delas, pensei. Tornei a lançar no mesmo sítio, e senti um bom esticão. Quando senti o peixe preso é que foram elas. Estive com ele cerca de um minuto e apenas a tentar aguentar. Mesmo com a embraiagem a dar alguma folga, lá rebentou com o meu 0,28 mm. Só podia ser um robalo. Até me ir embora, vieram 2 robaletes, talvez os seus bisnetos, devolvidos em perfeitas condições.



Terça, dia 11 de Março

 

Neste dia, muito pouco há a contar. O mar era parecido ao dia anterior. Mais um surfcasting a ver se aparecia um tarolo ou um dentuças. Mas foi um dia muito fraco. Muito pouca actividade, intercalada com um espaço de 15 minutos onde tive um toque bom e apanhei 2 sargos, um devolvido ao mar e outro trouxe comigo, já com um tamanho razoável, porque engoliu literalmente o anzol 2/0 cheio de sardinha!



Quarta, dia 12 de Março

 

Tinha de estar às 14h30 em Lisboa. Maré baixa às 6 da manhã, mar a descer. Sinal de sargos muito fraco, além de estarem em defeso. Lá fui obrigado a fazer uma madrugada de spinning, algo que fiz pela terceira (!!) vez na minha curta carreira, a última vez há já uns 5 anos (!!).

Assim sendo, fui comprar um multifilamento no dia anterior e às 6 da matina já andava eu a caminhar pelos medos do Rogil em direcção ao pesqueiro. O mar era ainda batia forte nas pedras de dentro, onde eu pensava ir. Como quase nunca corrico tenho apenas 2 amostras, uma Angel Kiss e uma saltiga (a sardinha). Passei com o fato de mergulho para uma pedra, mas ao 6º lançamento parti a Angel Kiss por um erro de principiante, ao esquecer que não tinha a asa de cesto aberta e atirar a amostra assim contra a rocha. Acontece ehehe.

Só com uma amostra e com o mar a bater muito forte naquela pedra, mudei de ares. Mas as opções não me deixavam fé nenhuma. Eram pedras muito recuadas e com pouca água ainda. Mas não podia desistir. Corri a praia toda, saltando de pedra em pedra, sem resultado. Estava já a regressar, perto das 8 horas, para me vir embora, quando me lembrei de fazer uma visita a uma pedra onde às vezes dá uns sargos bons. O mar já tinha enchido um pouco, embora ainda se vissem muitas pontas de pedra à tona da água. Mas tentei. Uma, duas, três...nove, dez vezes... e nada. Estava mesmo a dar por encerrada a jornada, uma autêntica desilusão, no computo geral, os 3 dias. Mas foi mesmo, ao último lançamento e inesperadamente sinto um esticão na cana e logo percebi que não estava preso na rocha. Era mesmo um peixe! E como me assustei quando o vejo saltar no ar, com medo que desferrasse face ao tamanho que parecia ter. Não era nenhum tarolo daqueles, mas já foi um excelente prémio. Valeu o esforço! Foi mesmo o último lançamento porque não consegui tirar a amostra (a única que já tinha) do peixe. Até com ele morto foi difícil, estava preso nas 3 fateixas! Acusou 2,980 kg na balança.




13 comentários:

  1. Boas Jorge,
    afinal nem tudo correu mal, ainda foste premiado no ultimo lançamento com um belo robalo, existem dias assim, menos bons mas com insistência por vezes safamos a grade.
    Um abraço e continuação de boas aventuras

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    1. É mesmo essa a lição que fica! Nunca sabemos o que está debaixo de água à nossa espera...

      Gostava muito de poder continuar as aventuras, mas infelizmente já tive de voltar a Lisboa. Veremos quando posso retornar.

      Abraço

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  2. Boas Jorge,
    Mesmo com essas condições adversas ainda safaste bem o chibo...
    E esse robalo... uiii... Só com uma amostra... Onde engoliu tudo...
    Nunca tive um ataque desses, pelo menos esse não se ia embora não! :)
    Parabéns pela captura! Agora imagina se fosses mais vezes... :)

    Forte Abraço e força!

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    1. Ele bem saltou na água, mas nem assim se soltou! E ainda bem que fui comprar o multi, senão não sei se aguentava o peso...
      Se fosse mais vezes... isso é que era bom, mas a vida não o permite. Claro que havia de apanhar mais, assim como evoluiria mais depressa como pescador. Mas pronto, faço o que posso e o que vou conseguindo...

      Abraço

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  3. Olá Jorge,
    Esse é igual ao meu que o meu amigo Manel deixou ir numa onda quando já o estava a lavar para virmos embora. Ficamos os dois um bocado lixados mas já passou. Abraço

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    1. Olha quem está aqui, seja bem aparecido Senhor Palma! Pois, essa história já a conheço bem, são infelicidades que acontecem... Felizmente este menino está agora no meu frigorífico pronto a servir de jantar a umas 5 ou 6 pessoas!

      Um abraço

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    2. Bem vindo aqui ao blog, caro amigo e grande pescador de agua-doce,
      Os "Curiosos" já tiveram a honra de partilhar umas poucas jornadas de pescaria com este amigo.
      Esperemos que mais venham, que deixe o conforto das barragens e venha mais vezes desfrutar das falésias, rochas, ondas, sal, etc...

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  4. Esse Não fugia de certeza Jorge, vinha ferrado até ao esófago!!
    Parabéns pelo esforço!

    Abraço

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    1. Vinha bem ferrado demais! Ainda gostava de ter feito mais uns lances a seguir a ver se andava por lá outro, mas tive de me dar por satisfeito. E estava!

      Abraço

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    2. No spinning o alicate não pode faltar, é perigoso para nós andar ali a tirar fateixas com os dedos com o peixe vivo nas mãos....
      Abraço

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    3. Pois, por isso mesmo nem tentei. Já ouvi histórias arrepiantes dessas. Para a próxima tenho de ver se levo um alicate sim, nem me tinha passado pela cabeça.

      Abraço

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    4. Epá Jorge, só este fim de semana o Manel me falou sobre os mails que trocaste com meu tio. Eu não tinha visto a vossa troca de comentários! O João Aldeia é meu tio pá :)

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  5. Foi uma situação tipica do meu sobrinho.
    No inicio desta aventura dos "Curiosos", quando não davamos com os peixinhos (o que era normal), o Jorge punha-se a apanhar cabozes nas pocinhas. Claro que foi evoluindo.....assim quando mais nada resulta, escolhe já não uma poçinha, mas uns locais, que por principio, não lembram ao diabo.
    Mas o certo é que muitas vezes, qual mágico lá tira "um coelho da cartola".
    Já tentei imitar, mas como em muitas situações da vida, ou se tem ou não...sorte, intuição etc...chamem o que quiserem...mas ele tem e eu não!

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