segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Ao fim de mais de 2 anos...

É verdade, o tempo corre muito depressa. Desde o último post aqui no blog, em Maio de 2015, fiz apenas mais 3 visitas ao Rogil. No primeiro, em Outubro de 2016, os Curiosos da Pesca (eu e o meu tio), fizemos uma incursão a uma ilhada onde se capturou alguns sargos (não muitos), mas em que 2 deles ultrapassaram a barreira dos 1 kg, um terceiro muito perto, além de um douradita ligeiramente abaixo disso.

Uma pesca mais de qualidade que quantidade
Mar óptimo para fazer uma ilhada.
Em Junho deste ano, voltei ao mesmo pesqueiro. No dia antes, fomos a outro pesqueiro ilhado, onde se apanhou uma meia dúzia de sargos com mexilhão, um dos quais com cerca de 1kg. O peixe estava lá, mas comia mal. Um pescador com ralo encheu a saca de sargos. Assim, no dia a seguir voltámos ao mesmo pesqueiro de Outubro do ano anterior, mas com uma caixa de 50 ralos. Tudo foi diferente, a taxa de ferragem aumentou imenso. O único matateu de kilo que deu sinal de vida por acaso desferrou-se. Mas foi uma excelente pesca em quantidade, onde se aproveitaram 40 sargos e algumas safias, com vários peixes a rondar entre as 400/600 g.



Mesmo local, mar parecido, algum vento que não prejudicou

A semana passada, voltei por lá e deu para fazer 2 ilhadas. Na primeira, onde um mar tinha um bom toque, deu para uma teca razoável de sargos. Tendo em conta a experiência de Junho,levámos ralos, mas desta vez foi o mexilhão que foi rei e senhor. Na segunda, com o mar a cair ficando praticamente parado, só deu para apanhar umas boas safias, safando apenas  mais 2 bons sargos com cerca de 600g.
E fica aqui um vídeo resumo do 1º dia.


Enfim, são muito poucas as pescarias, mas quando lá vou, tem dado bem para matar as saudades!


sexta-feira, 1 de maio de 2015

Primeira ilhada do ano

Pois é... este ano a primeira ilhada (e pescaria) para os Curiosos da Pesca, em conjunto, veio apenas no final do mês de Abril. Como não há fome que não dê em fartura, ao menos essa primeira pescaria deu bons resultados. Além da quantidade razoável, ainda saíram 2 sargos com a bitola do kilo que é sempre bem vinda, além de outros dentuças já com um bom "caparro". Além dos que vieram, ainda foram capturados alguns exemplares juvenis que foram devolvidos, com excepção de um ou outro embuchado.

Deixo-vos o link de um vídeo de 5 minutos que resume a pescaria, o primeiro editado pelos Curiosos da Pesca, e por isso perdoem o pouco "profissionalismo". Infelizmente o vidro da câmara ficou um pouco baço depois da viagem até à pedra e só reparei mais tarde, pelo que certas partes não se conseguem ver tão bem, mas dá para ter uma ideia. Para a próxima é melhor!

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=7CEWjKaRP2A



segunda-feira, 27 de outubro de 2014

A lógica da pesca...

Para terminar a semana, fui mais duas vezes à pesca no PNSACV. Na Quinta-feira, como o mar ainda dava uma porrada boa, fui até um pesqueiro que conheço muito bem mas que já não visitava há algum tempo. Ia tentar enganar um ou outro peixe ao lançamento, sem grande confiança do que ia sair dali. Na Sexta-feira, com a descida da ondulação, ia aproveitar para levar a prancha a uma "semi-ilhada" que muitas alegrias já deu aos Curiosos. Aí sim, estava com esperança de enganar uns dentuças...

Mas vamos por partes. Quinta-feira lá fui eu a meio da manhã, já com o mar a encher. Sabendo que o peixe estava a encostar mais à praia, fui até uns laredos com pouca profundidade fazer uns lançamentos com uma chumbada de 50g. Ao longo do dia de pesca a actividade foi bastante, com muitos toques, algumas desferragens, vários peixes devolvidos ao mar... e alguns que trouxe para casa. No total, vieram para casa 8 sargos e 2 safias. Dois dos sargos já considero mini-dentuças com umas 700/800g... um resultado bastante satisfatório para o tipo e pesca praticado e que me deixou com muita esperança para o dia seguinte na pedra talismã "semi-ilhada"!


A Pedra onde me "estabeleci" durante a maré cheia, junto à falésia.


Na Sexta-feira, lá fui cheio de fé, nem o sol tinha aparecido ainda. Os sinais eram bons, para não dizer excelentes: pesqueiro com muito bom passado, que conheço muito bem, mar em condições, e peixe na costa, como indicavam as anteriores pescarias. Calcei as barbatanas, pus-me em cima da prancha e assim que lá cheguei, comecei a pescar neste laredo, onde costumam comer uns bons dentuças:


Espanto-me quando sinto uns toques ao de leve, tipo safia... e lá veio o anzol limpinho... mau mau Maria! Insisto ali, e apanho mesmo uma safia! Num laredo daqueles, com o mar a rebentar forte e com uma escoa violenta, safias? 




Pois bem, foi mesmo um mau pronuncio. Corri todos os buracos da pedra, desde à frente, à esquerda, à direita e até atrás. E a praga estava por todo o lado! Eram aos montes... não deixavam nada mais comer. É verdade, trouxe algumas safias para casa. Mas sargos nem vê-los, excepto um palmeiro que foi devolvido.

E é assim a lógica da pesca... passei a semana até a apanhar alguns peixes jeitosos, em locais e em condições mais complicadas. Quando chega ao dia em que depositei todas as minhas fichas, encontro uma praga de safias... mesmo assim, foi uma boa semana de pesca, deu para matar o vício, comer uns bons sargos na brasa que já tinha saudades... venha a próxima!

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Regresso à pesca

Nestes últimos 3 dias, os Curiosos voltaram a atacar. Cheguei ao Rogil no Domingo pelas 15h, e pelas 16h já estava a descer a falésia para uma praia (de calhaus!) aqui perto. O mar já estava bastante vazio, mas como o mar era forte não restava outra opção a não ser lançar da praia, ao "reboliço" com uma chumbada de 50g. Fui sentindo toques com alguma frequência, mas o peixe não queria ferrar. Com a maré quase vazia, lá consegui subir até uma pedra onde conseguia lançar um pouco mais para a frente. Aí dei com eles, e numa questão de meia-hora, deu para apanhar 2 sargos a rondar o meio quilo, outro ligeiramente mais pequeno e ainda um outro, que tendo bem a medida, foi devolvido ao mar. O meu tio, com dificuldades pois usava uma cana de recurso (a outra está a arranjar), ainda tirou 2 sargos.



 Na passada Segunda-feira, com o mar a baixar ligeiramente, mas a continuar com muita força, fomos até uma praia de rebolos fazer uns lançamentos com o mar cheio. E a actividade de peixe foi constante. Apesar do forte vento de Sueste que se fazia sentir, e que atrapalhava a acção de pesca, deu para apanhar 4 sargos e 3 safias, num calibre parecido ao do dia anterior.

Já hoje, fomos fazer uma experiência, que já há muito tinhamos planeado (como "curiosos" que somos), mas nunca haviamos concretizado. Deu para ver que as nossas suspeitas de que iam comer ali sargos com mares mais fortes estavam certas. A falta de isco limitou o nosso tempo de pesca, mas deu para apanhar 4 sargos e uma safia,  entre os quais o maior sargo dos 3 dias, um mini-dentuças entre 700/800g, além de um robalote devolvido ao mar. Aqui vai uma foto desse peixe e do local.




Resumindo, 3 dias com algum peixe, razoável tendo em conta o estado do mar e tipo de pesca realizado. A ideia era vir dar às barbatanas, mas temos de esperar por outra altura...

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Uma semana de exploração


  
 
Os "Curiosos" voltaram à acção durante a 3a semana de Agosto. Aproveitámos o mar manso para consolidar alguns processos na visita a Pedras Ilhadas e juntamente com isso inaugurar/conhecer alguns novos spots. Já se sabia de antemão, pelo que nos diziam os locais, que o peixe era muito pouco. E assim se verificou, mas serviu para passarmos uns belos dias, ganhar experiência nas ilhas, e alguma coisa se trouxe sempre para casa (não houve chibos!!).


Numa pesca não ilhada, lá consegui tirar 3 sargos bons neste pesqueiro.

Em termos de peixe, como já disse, foi muito fraco. Em termos de sargos decentes (400/500 g) fui desenrascando apenas 1, 2 ou 3 por dia. As safias nos primeiros dias estiveram inexplicavelmente ausentes (para esta altura do ano). Apenas nos últimos 3 dias deram já alguns sinais e deu para capturar algumas já jeitosas, o que compunha um pouco mais a pescaria. E de vez em quando lá se aproveitou para trazer uns belos perceves também... Mas no final, em termos de balanço, uma coisa é certa: estamos bastante mais à vontade com a prancha e barbatanas, facilita imenso o acesso a muitas pedras e permite sonhar com "outros voos" no futuro, sempre com imenso cuidado e precaução.

Um dia fraco de peixe, mas numa pedra cheia de (bons) perceves.
Nota final só para um dos dias mais estranhos de pesca que me lembro. Estava a pescar muito bem com a minha chumbica de 10g e fio 0,22 mm fluorocarbono a ver se enganava um sargo num sítio onde fazia espuma, quando me vi numa enorma luta, das maiores que me lembro neste tipo de pesca. Tendo em conta o fio que tinha, tive imenso cuidado e paciência, mas ao fim de aproximadamente 5 minutos o peixe partiu a linha. Fiquei doente a pensar no que teria perdido... mudei o estralho para um 0,28 e voltei a meter ali. E logo fiquei descansado quando soube o que era. Nova luta, mas o peixe-porco já não conseguiu partir o novo estralho. Em 12 ferragens consegui tirar 10. Foi ali uma hora ou mais com lutas muito intensas, só por isso já deu gozo. O pior foi depois arranjá-los em casa... nunca tinha apanhado um peixe desses.

Os peixes-porco sempre deram para brincar num dia onde só mais um sargo foi capturado.

O meu tio, no seu estilo inconfundível de pesca!


 


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Um dia muito intenso...

No passado fim de semana, os Curiosos voltaram às pescas ilhadas, e para isso saíram um pouco da sua zona de conforto (Rogil) para estrear um pesqueiro, já identificado há bastante tempo como potencial alvo. A chegada à pedra correu muito bem, apesar de o caminho ser bastante trabalhoso, quer fora quer depois dentro de água. O mar era muito manso, como tem de estar para chegar com segurança à pedra, pelo menos até ter um pouco mais de prática, pois nota-se que é uma zona de fortes correntes por ter vários caneiros e pedras à volta.

Vista aérea do local. 











O mar neste dia estava manso, mas com um toque absolutamente necessário para dar uns sargos.

Chegámos com o mar a meia maré, na vazante, e rapidamente verificámos que o peixe não estava muito presente, apesar de estarmos numa fase de identificação dos melhores buracos na pedra. Consoante a quantidade e qualidade do peixe que nos parecia andar por ali, ajustámos a bitola das 300 g a ver se traziamos alguns peixes para a grelha suficiente para alimentar 16 pessoas numa refeição. E infelizmente foi essa bitola que foi aparecendo ao longo do dia, embora muito esporadicamente e intercalando com períodos de quase completa inactividade. No meio lá vinha um sargo ou outro com 400/500g. As safias, estranhamente para esta altura do ano, estiveram praticamente ausentes do pesqueiro. Já estávamos quase a preparar-nos para sair do pesqueiro, com o mar já em fase avançada da enchente, quando dei com um buraco onde comecei a tirar sargos consecutivamente. Primeiro na bitola das 300/400g, até começarem a sair entre 600/800 g. Ainda consegui apanhar 4 ou 5 desse calibre. Rapidamente, em poucos minutos, uma pescaria total de cerca de 4 kg, passou a cerca de 8 kg. O objectivo de ter peixe para grelhar para todos foi cumprido.


Quando começaram a entrar uns sargos jeitosos
Parte da pescaria, sem alguns dos maiores que saíram no fim.

Onde está a chave do carro?


Com o Sol a pôr-se rapidamente e sabendo do longo caminho até regressar ao carro, mesmo estando na fase quente de tirar peixe, tivemos de abandonar o pesqueiro. A saída foi tranquila, ainda deu para um mergulho antes de iniciar a longa e dura subida de mais de 100 metros de altura com todo o peso de peixe, material e um dia de pesca inteiro às costas. O problema foi chegar ao topo da falésia e o meu tio não encontrar a chave do carro... ups, ficou na pedra, deve ter caído do saco quando arrumava as coisas na mochila.

A enorme subida (foto tirada de baixo para cima).
Com poucos minutos antes de ficar noite, era impensável descer tudo de novo e voltar à pedra, sem ter a certeza se a íamos encontrar. Demorámos um pouco a abrir a porta do carro com uma técnica que o meu tio conhecia, e tentou fazer uma ligação directa, mas sem chave do carro o volante ia ficar sempre trancado... 

A situação era a seguinte: Quase noite, num local isoladíssimo, beco sem saída, com estrada péssima, a cerca de 5km da vila mais próxima e sem rede de telemóvel. E com toda a gente preocupadíssima em casa (ai a minha avó...) sem poder avisar. Que fazer? 

O Milagre

Estávamos já a mentalizar-nos para uma longa caminhada de 5 km até zonas habitadas à noite, estourados, todos molhados com os fatos vestidos (a roupa estava no porta-bagagens que não se consegue abrir sem chave). Quando do céu apareceram ali, praticamente perdidos, um jipe com um grupo de espanhóis surfistas. No meio daqueles caminhos todos, no meio do nada e àquelas horas, apareceram ali! Não podia ter sido em melhor altura. Deixando as coisas no carro (excepto o peixe), levaram-nos até à vila, onde contactámos para alguém nos vir buscar. 

No dia seguinte tivemos de lá voltar para ir buscar o material de pesca, já no meu carro. Ainda pensámos em voltar à pedra para procurar a chave, porque a suplente estava em Beja. Mas o mar estava completamente diferente, e não arriscámos a ir.

Assim passou um dia longuíssimo. O mais violento em termos físicos que me lembro na pesca, culminado com um problema chato que tivemos de resolver. Felizmente ainda deu para trazer uns bons peixes para casa.